Assumindo definitivamente o dom de ser um artista, Sergio começou a se interessar por esculturas. Trabalhou com barro, argila, cimento, bronze, madeira, cera e papel-machê.
O papelão apareceu na vida de Sérgio no momento em que percebeu que seus materiais para criar haviam se esgotado, e que teria um alto custo para comprar mais materiais. Pensativo, Sergio começou a ‘brincar’ com uma caixa de papelão e a ‘enfeitá-la’. Surge, assim, a sua primeira criação. De sua necessidade, aliada à sua criatividade e sensibilidade, nasceu a sua arte em papelão.
Com mãos habilidosas e com um olhar sensível, Sergio, transforma sucata em obras contemporâneas e originais, com detalhes tão mínimos que parecem não existir, mas, que quando ausentes lhes é dada a devida importância na composição do cotidiano.
Lixo em suas mãos rapidamente se torna uma obra de arte. Caixas de fósforos se transformam em aparelhos de televisão e em rádio; tampas de pasta de dente e de refrigerante viram vasos de plantas; canudos rapidamente se tornam calhas.
Em suas obras existe vida! O Arquiteto do Papelão transforma o cotidiano em obras de arte.
É impressionante a diversidade e a quantidade de barracos feitos, por Sergio, nos momentos de reflexão e utilizados em seus trabalhos, tal qual uma favela que começa com apenas um barraco e em pouco tempo é uma comunidade.
Sem a menor dúvida, o trabalho realizado pelo artista Sergio Cezar está contribuindo para a memória coletiva de gerações. Uma arte fácil de ser compreendida e que se tornará um referencial e o testemunho de uma época.
Foto : FAVELA COMPLEXO DE FÁTIMA, com 4 m² — parte da obra de arte que criou para a abertura da novela Duas Caras, exibida pela Rede Globo de 2007/08, de 64 m².