segunda-feira, 25 de maio de 2009

Conheça Sergio Cezar – O Arquiteto do Papelão


Assumindo definitivamente o dom de ser um artista, Sergio começou a se interessar por esculturas. Trabalhou com barro, argila, cimento, bronze, madeira, cera e papel-machê.
O papelão apareceu na vida de Sérgio no momento em que percebeu que seus materiais para criar haviam se esgotado, e que teria um alto custo para comprar mais materiais. Pensativo, Sergio começou a ‘brincar’ com uma caixa de papelão e a ‘enfeitá-la’. Surge, assim, a sua primeira criação. De sua necessidade, aliada à sua criatividade e sensibilidade, nasceu a sua arte em papelão.
Com mãos habilidosas e com um olhar sensível, Sergio, transforma sucata em obras contemporâneas e originais, com detalhes tão mínimos que parecem não existir, mas, que quando ausentes lhes é dada a devida importância na composição do cotidiano.
Lixo em suas mãos rapidamente se torna uma obra de arte. Caixas de fósforos se transformam em aparelhos de televisão e em rádio; tampas de pasta de dente e de refrigerante viram vasos de plantas; canudos rapidamente se tornam calhas.

Em suas obras existe vida! O Arquiteto do Papelão transforma o cotidiano em obras de arte.

É impressionante a diversidade e a quantidade de barracos feitos, por Sergio, nos momentos de reflexão e utilizados em seus trabalhos, tal qual uma favela que começa com apenas um barraco e em pouco tempo é uma comunidade.

Sem a menor dúvida, o trabalho realizado pelo artista Sergio Cezar está contribuindo para a memória coletiva de gerações. Uma arte fácil de ser compreendida e que se tornará um referencial e o testemunho de uma época.


Foto : FAVELA COMPLEXO DE FÁTIMA, com 4 m² — parte da obra de arte que criou para a abertura da novela Duas Caras, exibida pela Rede Globo de 2007/08, de 64 m².

Meu Currículo

- Participação na Décima Bienal de Artes Pláticas de Havana - Cuba
Março e abril de 2009

- Abertura da novela “Duas Caras”
2007 / 2008 – Rede Globo


Exposições:

- Reciclando o Olhar
2008 - Centro Cultural Da Justiça Federal – Rio de Janeiro - RJ

- Rio + 15
2007 – Morro da Urca – Rio de Janeiro - RJ

- Eu VIVO Cinema – PanAmericano
2007 – Posto 10 – Ipanema – Rio de Janeiro

- Diz que fui por aí... - Arquitetura do Papelão
2006 - O Shopping Nova América Rio de Janeiro - RJ

- Caminhos de Papelão
2006 – Rio de Janeiro/RJ -Espaço Tom Jobim

- De Santa à Central
2006 – Rio de Janeiro/RJ – Centro Cultural da Justiça Federal

- Cidade Partida
2004 – Rio de Janeiro – Rio Design Leblon

- Arquitetura em papelão
2003 – Rio de Janeiro/RJ

- Arquitetura em Papelão (individual)
1ª Mostra Internacional Rio Arquitetura SESC Engenho de Dentro

- Arquitetura do papelão
2002 – Rio de Janeiro/RJ

- Arquitetura do Papelão (individual)
Museu Nacional de Belas Artes Rio de Janeiro

- Arquitetura do papelão
2002 – Rio de Janeiro/RJ

- Arquiteto do Papelão (individual)
Galpão das Artes Recicladas Hélio Pellegrino

- Art of the Bog
2002 – Boston/USA

- Arquitetura em papelão
2001 – Rio de Janeiro/RJ – Instituto de Arquitetos do Brasil

domingo, 24 de maio de 2009

Quem é Sergio Cezar?


Ao contrário do que muitos pensam o artista Sergio Cezar não nasceu em nenhum bairro periférico, muito menos em uma favela ou em um morro carioca.
Filho de uma empregada doméstica e de um porteiro de prédio residencial, em Laranjeiras, na Zona Sul, Sergio, passou a maior parte de sua vida no bairro que viu se transformar no decorrer dos anos.
Ainda nos anos 50, Sergio ganhou de seu pai uma bicicleta feita de diversas peças jogadas fora, resgatadas nas garagens do bairro. A princípio, para uma criança, não é muito atrativo ter uma bicicleta que mais se parece com uma sucata. Com o tempo, no entanto, Sergio foi percebendo a beleza de um hobby de seu pai: reutilizar o que alguns desprezam, catando peças dos lixos dos apartamentos do prédio onde trabalhava.
Mas, foi na casa dos avós em Macaé, no norte fluminense, que começou a fazer seus primeiros brinquedos de sucata. Daí pra frente não parou mais.
A primeira profissão de Sergio, aos oito anos de idade, foi a de entregador de marmitas. Ele ajudava a mãe que cozinhava como renda extra no final do expediente.
Logo em seguida, aos 12, começou a jogar futebol no Clube de Regatas do Flamengo, aonde chegou ao ‘Juvenil’. Jogou com craques como Zico e Júnior. Ainda no ‘Juvenil’, foi jogador do América ingressando no time profissional.
Após a carreira nos gramados, e aproveitando o porte avantajado, de 1,82m, foi segurança de uma loja de roupas e modelo. Editoriais, desfiles e campanhas publicitárias acabaram fazendo Sergio se interessar pelo trabalho por trás das câmeras e se tornar fotógrafo.
Em seu primeiro trabalho, Sergio fotografou o centro do Rio de Janeiro, realizando assim sua primeira exposição como artista.